Futuro Refeitório

Manual de Cultura

 

um pequeno guia amoroso para você saber se virar quando precisar se virar

 

 

dedicado à todas as pessoas que trabalharam na construção deste restaurante.

 

bem vindx!

Meus parabéns e seja muito bem vindo ao time!

Nós, aqui no Futuro,  acreditamos que cada um é parte ESSENCIAL da grande engenharia que faz essa casa funcionar.

Afinal, estamos abertos 7 dias por semana, trabalhamos 24 horas por dia, em diversos e variados turnos e somos um time de mais de 60 seres humanos!

Sim, nós, seres humanos, cada um com seu jeito de ver e viver a vida, com suas diferenças, problemas pessoais, glórias individuais, ansiedades e convicções próprias. É exatamente isso que te faz tão especial e importante para nós e para o nosso time.

Aqui no Futuro, acima de tudo, respeitamos as diferenças e agradecemos o fato de que cada um tem a sua particularidade. É a particularidade de cada pessoa que trabalha aqui conosco que faz o Futuro ser O Futuro.

E por que Refeitório? Porque o esquema é esse, lugar grande, escala grande, muita gente, muita comida, bebida, muita produção e muito, muito mas muito trabalho. Muito mesmo.

Para nós, é importantíssimo que você seja feliz trabalhando aqui. Que você se sinta acolhido, respeitado e que você possa ser você mesmo, da maneira que você acredita que é o melhor para você.

Saiba também que esperamos que você dê tudo que pode e mais um pouco.

Esperamos que seja criativo, cooperativo e proativo.

Ser criativo não significa inventar aquilo que você não sabe. Significa pensar diferente, trazer soluções fora da caixa.

Ser cooperativo significa ajudar as pessoas, trabalhar junto, entender que seu trabalho não é só fazer o seu trabalho,  mas também ajudar as pessoas da sua equipe sempre que for possível. E comunicar, comunique–se sempre. COMUNICAÇÃO é a base de nosso bom funcionamento.

Ser proativo significa ter iniciativa e significa ter iniciativa DENTRO e FORA das suas funções. Se você passar pelo banheiro e ver uma torneira aberta, esperamos que você a feche. Se a torneira estiver vazando, esperamos que você avise a quem tiver que ser avisado para que seja feita a manutenção ali.

Esperamos que você cuide da nossa casa.

Tenha consciência de que ninguém está aqui passeando nem fazendo turismo. Aqui trabalhamos pesado e gostamos disso. Se você acredita que trabalhar pesado não é para você, este restaurante não é seu lugar.

 

 

Porque estamos aqui? Como chegamos até aqui e quem é Gabriela Barretto?

Se você ainda não sabe que a Gabriela tem outro restaurante, que se chama CHOU e que ele existe há 10 anos, está mais do que na hora de você se inteirar no seu novo trabalho. São poucos os restaurantes que duram tanto tempo (mais de 70% fecham as portas antes do terceiro ano) e para que isso tenha acontecido, acreditamos que muito mérito há ali, além de uma estrutura muito sólida de conhecimento e experiências.

O Futuro surgiu, sim, da cabeça da Gabriela. Uma sementinha em forma de ideia, vontade de criar mais, de pensar um lugar, uma comida diferente. Um plano que era pequenino, era para ser simples e que, por causa de uma visita ao espaço em que estamos hoje, virou o que  virou. Este restaurante enorme, que recebe 700 pessoas por final de semana, plano audacioso, no mínimo, mas cheio de certeza de um futuro próspero. Afinal, Gabriela não é só uma menina com um sonho, ela éum mulherão daqueles que a gente admira e tem orgulho de trabalhar junto.

 

 

se você quiser saber um pouco mais sobre a jornada da Gabriela, leia aqui:

 

Viveu durante toda a infância em um sítio na cidade de Descalvado, no interior de São Paulo. Restrita aos limites da propriedade, e cercada por uma abundância de produtos, encontrou na cozinha sua brincadeira favorita. Fruto de um amor pela terra e um senso obstinado de autossuficiência de seu pai, Cid, o sítio fornecia de singelas cenouras a gabiroba e jambolão roxo. As geleias eram caseiras, cozidas em tachos e com muito açúcar. Com o leite que chegava cru, a família fazia sua própria manteiga, ou queijo e requeijão de panela.

 

Em 1997, ela decidiu cursar Letras e mudou-se para Campinas. No fim da faculdade, percebeu que se dedicava mais às leituras de gastronomia do que à literatura. Hérmetico demais, o mundo acadêmico não lhe agradava. Mudou-se para Paris aos 22 anos para fazer um intensivo de nove meses da Cordon Bleu. Estagiou no 6 New York, “um bistrô da moda onde tinha liberdade para realmente pôr a mão na massa”, e no mítico Le Grand Vêfour. Passou depois uma temporada na Itália, cuja cozinha, mais crua e robusta do que a francesa, sugeriu as bases do que seria seu estilo de cozinha.  

 

De volta ao Brasil, soube de um novo restaurante. Era o Julia, de Paola Carosella. A experiência com a chef argentina, em especial sua reverência ao fogo e à liberdade de “servir a comida como ela é”, somou mais alguns blocos na construção de sua identidade como cozinheira. Com um ano no Julia, mudou-se para a Argentina e, em seguida, para a Espanha. Após uma viagem de trem de nove horas para o País Basco, bateu na porta do Asador Etxebarri, uma instituição entre as casas de grelha, pedindo emprego. “Voltei de lá sabendo que queria trabalhar com fogo.”

 

Em 2008, numa tímida casinha com recuo no bairro de Pinheiros, Gabriela abriu o Chou. O cardápio, de pequenos pratos para compartilhar, é pontuado pela complexidade de sabor da brasa e equilibrado pela acidez. Uma profusão de legumes e folhas faz frente à seleta lista de peixes e carnes que, como costuma dizer Gabi, “estão lá porque de fato valem a pena”. Premiado e retratado pela imprensa à medida que permite a resistência aos holofotes de sua dona, o restaurante segue abrindo apenas à noite. Recebe uma maioria de clientes recorrentes, que disputam as mesas de seu jardim de iluminação baixa.

 

Em 2016, publicou “Como cozinhar sua preguiça”, livro de receitas e manifesto, numa vez discreto e obstinado, pela cozinha simples e de produto, pelo cozinhar descompromissado.

 

Por mais de dez anos, Gabriela não quis saber de uma segunda casa. Aos 26 anos, foi mãe. Quando o filho Lino já havia completado um ano, passou em frente a um estacionamento “amplo e de clima um pouco distópico”, onde, alguns meses antes, havia enxergado, talvez quem sabe, um novo restaurante. Em janeiro de 2018, abre, em sociedade com a irmã Karina, o FUTURO Refeitório, um lugar em que se pode tomar café da manhã, almoçar e jantar. Nele não há brasa, mas seguem reinantes os pequenos-pratos-mostly plants que deram fama ao Chou. E há pão bom. E café torrado na casa.

 

 

qual é o futuro que a gente acredita?

 

um que respeite o planeta

  não usamos papel para secar as mãos

  não gostamos de canudo nem de coisas de plástico. usamos plástico só quando é extremamente necessário

incentivamos + plantas e – carnes

cuidamos do nosso lixo / separamos e damos um fim adequado à ele

não desperdiçamos água

não desperdiçamos energia elétrica/ gás / produtos

nossa água é da casa, filtrada sim, e não é inesgotável, portanto, tem custo sim.

não desperdiçamos alimentos

o   procuramos comprar de pequenos produtores / privilegiamos orgânicos

sabemos que os recursos são finitos e que, se não cuidarmos  deles, presenciaremos o apocalipse

 

um em que haja consumo consciente /

ocupamos um espaço imenso que antes era usado como estacionamento e transformamos em:

mesas compartilhadas / geram conversas

+ olho no olho - internet

espaço para trabalhar / wifi free sem burocracias

água de garrafa para não gerar lixo plástico

pratos pequenos para serem provados (e compartilhados)

copos de café grandes, para papear e apreciar um bom café

  

um em que a gente possa viver sem neuroses

incentivamos e apreciamos as diferenças

nós servimos plantas, mas não somos um restaurante vegetariano nem vegano

gostamos de glúten e de bacon

servimos café e vinho sem frescura

servimos com cordialidade informal

servimos em bandejas / em tempos diferentes

 

 

o que a gente não tolera nem nunca vai tolerar

machismo

racismo

homofobia

da nossa família com os clientes entre nossa família e para com a nossa família

importante: saiba que estamos sempre dispostos a conversarmos sobre estes temas. Se você tem alguma dúvida, procure diretamente a Karina para vocês terem essa conversa.

 

 fofoca/ futrico / bafão

não falamos mal de nossa família, não fazemos fofoquinha entre nós, não falamos mal dos clientes, nem contamos piadinhas. A gente acha que fazer fofoca é muito feio e contamina o ambiente de um jeito muito ruim.

 

clientes que destratem nossa equipe

já foi o tempo em que o cliente tinha sempre a razão. Aqui a gente não acredita nisso. Somos educados, cordiais e simpáticos sempre – inclusive quando for para pedir para o cliente se retirar da casa –mas deixe isso com a gente, só saiba que somos um time só e assim permaneceremos.

 

 lembre-se: seja proativo, não seja vítima, não fique reclamando por aí.

 VÁ E FAÇA! 

como você acha que pode melhorar aquilo que você está achando ruim?

como você PODE FAZER A DIFERENÇA?

como você pode fazer com que seja mais gostoso trabalhar com você mesmo?

 

 

SEJA MUITO BEM VINDx E BORA TRABALHAR!!!